quarta-feira, dezembro 17, 2014

O América na Era Pelé (Parte 3)

Subindo para a Elite

(continuação)
Era o dia 30 de abril de 1957 quando o América iniciava o Campeonato Paulista de Acesso, jogando no estádio “Mário Alves Mendonça” contra o rival Rio Preto. Contratado pelo presidente José Villanova Perez, o técnico João Avelino Gomes escalou Vilera, Valter e Fogosa; Adésio, Bertolino e ele, o Ambrózio; Cuca, Leal, Dozinho, Colada e Urias. O Rio Preto teve Tonico, Glostora e Xorete; Bem, De Maio e Jair; Enéas, Didié, Miranda, Alencar e Titio.
Na primeira etapa, Cuca recebeu próximo à área e procurou escapar. Foi trancado por Jair. O juiz marcou pênalti e Bertolino fez 1 a 0. Quase no final do primeiro tempo, numa falta pela direita do ataque do Rio Preto, o empate: a bola desceu na área e a defesa ficou parada. Miranda entrou decidido e acertou bela cabeçada: 1 a 1. O gol decisivo na etapa final: Ambrózio lançou para a área, Cuca recebeu pelo meio, a defesa ficou indecisa. Cuca chutou de virada e marcou com um chute baixo no canto: 2 a 1.
A vitória no “derby” embalou o América. Seguiram-se muitas vitórias e a equipe liderava isoladamente quando iniciou o segundo turno jogando de novo contra o Rio Preto. Agora, no estádio do adversário, o “Victor Brito Bastos”, em 16 de julho de 1957.
O rival escalado com Tonico, Glostora e Xorete; Bem, Alencar e De Maio; Bacurau, Enéas, Didié, Orestes e Célio. O América, com Vilera, Xatara e Fogosa; Adésio, Bertolino e Ambrózio; Cuca, Leal, Dozinho, Vidal e Urias. Final, 1 a 0 para o América, gol de Dozinho aos 8 minutos do segundo tempo, aproveitando uma falha de Xorete, que foi cortar um cruzamento e chutou o vento.
O América completou uma invencibilidade de 27 partidas na vitória de 2 a 0, dois gols de Colada, dia 17 de setembro, em Tanabi, mesmo dia em que o Rio Preto, no estádio “Victor Brito Bastos”, se despedia da competição com vitória de 2 a 1 sobre o Garça.
Naquele dia, no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, o prefeito Alberto Andaló recebia das mãos do presidente Juscelino Kubitscheck o título de “município mais progressista do Brasil”. A homenagem foi conferida a Rio Preto pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal e Revista Cruzeiro, considerando o desenvolvimento do município no ano anterior.
Entusiasmado, Andaló anuncia, logo após retornar a Rio Preto:
– Até o fim do ano inauguro nosso Cristo Redentor aqui na nossa cidade.
Enquanto o América seguia a caminhada rumo à elite, no alto da Vila Maceno a Prefeitura erguia uma estátua do Cristo Redentor, réplica do Cristo do Rio de Janeiro.
Depois de uma pausa e vitória em casa por 2 a 1 sobre a Portuguesa de Desportos, em jogo amistoso, o América iniciou a fase final com empate de 2 a 2 diante do Catanduva, em Pindorama. Na sequência, fez 1 a 0 em casa no Taquaritinga, ganhou de 3 a 1 em Jundiaí, perdeu de 1 a 0 para o São Bento em Sorocaba e ganhou em Rio Preto de 2 a 0 do Corinthians de Prudente.
No embalo, faz 1 a 0 no Catanduva em Rio Preto, recepciona o Paulista de Jundiaí com goleada de 4 a 0 e perde de 2 a 1 em Taquaritinga. Fica a um passo do título da Segunda Divisão de Acesso ao golear por 6 a 1 o São Bento, de Sorocaba, em Rio Preto.
Depois de muito equilíbrio e igualdade de dois gols ao final do primeiro tempo, o América vencia o Corinthians prudentino por 3 a 2. Dois gols de Urias e um de Leal, de pênalti. Plínio marcou os dois do time da casa. Triunfo do treinador João Avelino, que escalou Vilera, Xatara e Fogosa; Adésio, Bertolino e Ambrózio; Cuca, Leal, Dozinho, Oscar e Urias.
Aquela vitória consagradora em Presidente Prudente só não ficou completa porque no mesmo dia o destino foi traiçoeiro. Em 29 de dezembro, falecia Jesus Villanova Vidal, pai do presidente campeão.
(continua)

Nenhum comentário: