quarta-feira, dezembro 29, 2010

ATÉ A PRÓXIMA, QUERIDA TV RECORD

Agradeço de coração os meses maravilhosos que passei como funcionário da TV Record Rio Preto. Cada um de vocês teve um papel de destaque na minha trajetória nessa querida emissora, que aprendi a admirar desde os anos de 1970, quando ainda era TV Rio Preto Canal 8. Uma honra fazer parte dessa grande equipe capitaneada pelo meu grande amigo Adib Muanis Junior. Trabalhar em TV foi um aprendizado que vai ficar para sempre.

Ao Sr. Vladimir, obrigado pela confiança e pela frase que tive o prazer de ouvir, do senhor: "A gente perde um funcionário, mas ganha um amigo". Saber que o sr. acha isso, não tem preço. sr. Vladimir. Ao Quirino, meus agradecimentos pelo apoio. Ao Delfino, idem.

A partir de janeiro, estarei em Araçatuba, enfrentando um novo desafio profissional. Desde já, saibam que terão em mim, mesmo à distância, um parceiro, para sempre que precisarem, se precisarem.

Ao Adib: eu preciso dizer que, com você, aprendi muito mais do que imaginava. Claro que estou falando de telejornalismo, também, mas principalmente de exemplo de conduta, postura, ética, lealdade.

Fábio 'Bananitas' Monteiro (o amigo que eu já tinha e não sabia)

Sandro 'Limoeiro' Pires (aquele que balança o limoeiro em alto astral)

Robson 'Fera' Ricci (um enorme talento desabrochando)

Miltão 'Raposa' Rodrigues (meu irmão, cuida bem do nosso nome, hein safadão!)

Leandro 'boa gente' Waidemam (profissional arrojado, talentoso e humilde)

Josi 'do povo' Dal Ben (a repórter que incendeia o Balanço Geral)

Gridânia 'doçura' Brait (menina de ouro, essa é rede)

Márcia 'Amiga' Gonçalves (lição de profissionalismo), Andréia 'Coração de Leão' Fuzinelli, Cibele 'Cibelation' Nunes (exemplo de generosidade), Marcelinha Lucato, Cristininha Cais (que maravilhoso voltar a trabalhar com você depois de tanto tempo), Melissa 'Mel' Kellen e Gleice Kelly (mamães do ano), Monize Poiani (a nova miss Ribeirão), Luciana Machado (mãe do ano 2011).

E eles -- Clayton 'Pato Donald' Spatini ('tamo' junto sempre, amigo), Bruno 'Super' Guzzo (supercurti trabalhar contigo!), Diogo 'Ovelha' Menezes, Giuliana 'Simpatia' Bosso, Henrique 'cara bão' Souza, Tatiane 'Maravilha' Domingos (Tati, você me emocionou demais ao ser promovida de estagiária para contratada), Potinati, Letícia, Karol Granchi, Abrahão Hackme.

E eles - Altair 'Pacote' Marciano, Ditinho, Toninho, Garuti, Leonisio, Pikika, Pedroso, Gil, Marcelão, Marcelinho, Strauss, Cris, Japonês, Jaborã, Gentil Rossi, Oscar Bosso, seu Domingos, o timaço da edição e exibição, Juliana e Daiane, Ludmila, Sheila, as minhas amigas do cafezinho, os meus amigos da portaria. Aqueles que não citei nominalmente, me perdoem o esquecimento (entendam como peso da idade), mas podem ter certeza que neste momento estou me lembrando de um gesto de cada um de vocês.

Abraço carinhoso a todos.

Milton.

domingo, novembro 21, 2010

sábado, outubro 23, 2010

70 ANOS DE REINADO

Rei Pelé faz 70 anos neste dia 23 de outubro de 2010. Da série "Vale a pena ver de novo", a entrevista concedida pelo Rei Pelé a Milton Rodrigues, que integra meu livro "Avenida da Saudade - o América de Rio Preto na Era Pelé".

Milton Rodrigues - Em qual estádio do Interior era mais difícil jogar?
Pelé - Jogar no interior sempre foi muito difícil, mesmo na melhor fase do Santos Futebol Clube. Principalmente Araraquara e Rio Preto.

Milton - Qual o time do Interior era mais difícil de ser batido?
Pelé - Sem dúvida nenhuma a Ferroviária de Araraquara era a pedra na chuteira do Santos Futebol Clube. Era difícil também com o América de Rio Preto, mas todos os times do interior, quando se defrontavam com o Santos, queriam ganhar. Davam muito trabalho.

Milton - Houve algum lance ou gol marcante em jogos com o América?
Pelé - Contra o América, sempre era um jogo espetacular, principalmente em Rio Preto.

Milton - É verdade que o lateral Ambrózio, do América, foi um dos seus marcadores mais leais entre os times do Interior?
Pelé - Ambrózio era um grande jogador, jogava duro, mas leal, sempre na bola.

Milton - Você se lembra do jogo de 1973 em Rio Preto, em que houve um incêndio e você acenou para a torcida junto com o Clodoaldo, pedindo calma (foi a última vez que você jogou em Rio Preto).
Pelé - Foi muito triste ter me despedido de Rio Preto com aquelas cenas de desespero na torcida. O acidente poderia ter sido bem mais grave, mas Deus ajudou.

Milton - E o jogo de 1969 em Rio Preto, em que você tomou vacina no estádio, para incentivar uma campanha de vacinação?
Pelé - Nós sempre apoiávamos as campanhas de vacinação do governo. Tomávamos as vacinas para dar exemplo.

Milton - O que você acha dos comentários de que a Lei Pelé está “acabando” com o futebol do Interior?
Pelé - Eu tenho esclarecido isso, em todas as minhas entrevistas. O que está acabando com o futebol brasileiro é a má administração dos nossos dirigentes. Pergunto: onde foi parar o dinheiro que entrou para o Vasco da Gama? e o dinheiro que entrou no Flamengo? e o dinheiro que entrou no Corinthians? e o dinheiro que entrou no Grêmio?, etc, etc. Isso é culpa da Lei Pelé?

Milton - O que os clubes do Interior deveriam fazer para superar a eterna crise financeira?
Pelé - É só administrar profissionalmente os seus clubes.

Milton - Por que você nunca quis ser presidente do Santos FC?
Pelé - Nunca tive a pretensão de ser dirigente de futebol. Eu gosto de trabalhar com a base, com as crianças. Essa vai ser minha aposentadoria.

Milton - Você acha que o Santos deveria aposentar a camisa 10, tanto tempo depois que você parou?
Pelé - Não temos esse costume aqui no Brasil, isso só acontece nos Estados Unidos.

Milton - Você acha possível algum jogador igualar suas marcas ou como você costuma dizer, o seu Dondinho e a dona Celeste jogaram a forma fora?
Pelé - Pode existir um igual ou melhor que o Pelé, mas outro Pelé não haverá jamais.

Milton - Até onde o Ronaldo pode chegar na Seleção? Você acha que ele pode superá-lo?
Pelé - Sem comparar, Ronaldo já é uma realidade. Aliás, os dois Ronaldos (o Fenômeno e o Gaúcho) são uma realidade.

Milton - Mais alguma consideração, Pelé?
Pelé - Foi um prazer ter respondido suas perguntas e receba um abraço de minha parte.

quinta-feira, agosto 05, 2010

CAPAS DOS JORNAIS DO DIA
Veja aqui as manchetes dos principais jornais da região, Estado, Brasil e Mundo. No portal Newseum (Washington, EUA), atualizado diariamente sempre por volta das oito da manhã.

domingo, agosto 01, 2010

A MELHOR DEFESA DO MUNDO

Trecho de reportagem do programa Esporte Fantástico sobre o jogo de 1984 (Santos 2 x 0 América de Rio Preto), ocasião em que o goleiro santista Rodolfo Rodrigues fez milagres. Zagueiro Jorge Lima, do América, fala dos lances, assim como Candinho, que treinava o América naquela época. Das cinco defesas do Rodolfo, duas foram em chutes dele, Jorge Lima. Outra parte da reportagem, ainda não exibida, traz a reconstituição do lance, tendo como "atores" ex-atletas do América que estavam naquele jogo.

sexta-feira, julho 23, 2010

ESTREANDO EM REDE NACIONAL
Acabo de preparar, em Rio Preto, uma matéria fantástica para a rede nacional da Record. Foi ao ar neste sábado, no programa Esporte Fantástico. Aconteceu em 1984: Rodolfo Rodrigues fez a maior sequência de defesas "do mundo" num jogo contra o América de Rio Preto. Ouvimos os jogadores do América e fizemos a reconstituição dos lances com eles. Voltarei aqui para contar em detalhes e mostrar o vídeo. Abraço aos amigos leitores. (Atualizado domingo, 25).

quinta-feira, julho 08, 2010

SUA EXCELÊNCIA, O COMENTARISTA

(Minha coluna de 8/7/2010 no jornal BOM DIA)

Os colegas de redação costumavam brincar com o amigo Mário Luiz sobre seus comentários no programa “Matinal Esportiva” e nas transmissões de jogos da antiga rádio Independência nos anos 80. “A mim me parece que se o América não perder este jogo contra a Ferroviária, é bem capaz de empatar, mas pode também vencer”, repetíamos aos ouvidos dele, na infrutífera tentativa de irritá-lo, atribuindo-lhe uma frase que, a bem da verdade, ele jamais disse.

A verdade é que “o comentarista que sabe o diz” dispensava e dispensa comentários. Me perdoem os outros colegas ‘Maradonas’, mas o Mário virou mito regional e se transformou numa espécie de ‘Pelé’ por essas bandas do noroeste paulista. O inigualável Mário me vem à memória no momento em que se observa nesta Copa do Mundo, mas não só agora, a grande legião de comentaristas espalhados por aí, especialistas de tudo – tem até o Diogo Mainardi: contratado temporariamente para falar de futebol na Copa, passou a atender pela sugestiva alcunha de “vuvuzela humana”.

Já ouvi dizer, e não ouso discordar, que comentaristas esportivos lembram muito os comentaristas de economia. Eles sempre acertam, porque nunca erram – as coisas é que mudam como as nuvens. Se dizem que o time vai vencer e não vence, é porque os jogadores ou o técnico, de repente, não se comportaram de acordo com os mais infalíveis prognósticos. Ah, se o Dunga ganha o hexa na Copa da África! Estaria consagrado e eleito para buscar o título em 2014, em terras brasileiras, ainda que os comentaristas dissessem que o Brasil venceu, apesar do Dunga.

Mas como Dunga é passado, o negócio agora é comentar o que vem por aí. Aliás, comentar não em cima de fatos, mas de hipóteses. Assim como temos milhões de técnicos de futebol, temos milhões de comentaristas esportivos. O que nos leva à modalidade do comentarista de arquibancada, o torcedor apaixonado. Agora mesmo muitos deles levantam as mais estranhas teorias para explicar a eliminação do Brasil. A mais comum é a desconfiança de que tudo estava devidamente combinado, todos os resultados, incluindo as zebras, foram rigorosamente traçados nos bastidores.

Neste contexto, estaria arranjada até mesmo aquela convulsão que Ronaldo Fenômeno teve momentos antes da final de 1998, contra a França. Pergunta-se: como montar tamanha farsa em meio a tanta gente envolvida? Edmundo, o “Animal”, por exemplo, já teria se encarregado de contar tudo para o mundo todo. Seria risco demais até para os mais habilidosos mafiosos. Diante de tão sofisticada tecnologia nos campos de futebol, nem comprar juiz se compra mais como antigamente.

Tecnologia que, a propósito, tornou cômoda a situação dos comentaristas, incluindo os especialistas em arbitragem. Se eles já não erravam antes, agora com a ajuda das câmeras é que não erram nunca mais. O Arnaldo Cezar Coelho, por exemplo, não precisa mais chutar nada antes de ver o replay e, aí sim, esfrangalhar o pobre árbitro que, lá no gramado, continua tendo a inglória missão de decidir na fração do segundo e submeter sua decisão à avaliação dos milhões de comentaristas infalíveis.

quinta-feira, julho 01, 2010

VIDA LONGA AO MARADONA
(Minha coluna no jornal BOM DIA publicada em 1/7/2010)

Adendo após a eliminação: quero Brasil x Argentina na final em 2014

Dá arrepios só de pensar no tamanho da frustração se tivermos de conquistar o Hexa em cima de um Paraguai. Impensável, claro, mas a disposição das chaves a partir das oitavas-de-final, quartas-de-final e agora semifinais mostra que esse é um possível caminho, até porque a Copa está sendo disputada no habitat das zebras, e elas andaram à solta na fase inicial. Pior: já pensou perder o Hexa para o Paraguai? Depois de iniciar a competição jogando contra times da estirpe de uma Coreia do Norte e da Costa do Marfim, definitivamente nós merecemos mais. Ainda mais depois do empate chato com Portugal e da vitória aguada sobre nossos eternos fregueses chilenos.

Agora, sim, parece ter começado a melhorar. Graças à Holanda, que nos livrou de ter de enfrentar a gloriosa Eslováquia nas quartas-de-final, amanhã finalmente teremos um duelo à altura das nossas tradições. Tudo bem que os holandeses nunca ganharam uma Copa, mas estão sempre lá nas fases decisivas e jogam um futebol digno das grandes potências. E até já ganharam do Brasil em uma partida importante de Copa, no Mundial de 1974, na Alemanha – eles nos eliminaram com 2 a 0 nas semifinais, gols de Neeskens e Cruyff. Nas outras igualmente importantes, nós vencemos, em 1994 e em 1998. Enfim, vai ser um clássico de verdade.

E depois da Holanda, o que será de nós? Deus nos livre de enfrentar Gana nas semifinais. Então, o negócio é torcer pelo Uruguai nas quartas-de-final. Está certo, Gana não é exatamente uma galinha morta, mas ter de eliminá-los no caminho do Hexa não será tão saboroso quanto passar por cima dos uruguaios. Sim, a Celeste Olímpica, bicampeã mundial – como esquecer o Maracanazo, a final do Bi que ganharam em cima de nós no Maracanã? Aliás, para mim a vingança só estará completa no dia em que o Brasil vencê-los numa final de Copa. No estádio Centenário, em Montevidéu. Não vale derrotá-los numa final no Brasil em 2014.

Voltando a 2010, já imaginou passar pelo Uruguai (e não Gana) e depois jogar com o Paraguai na decisão do título? Vai ser muito mais chato do que dançar com a irmã. Sorte nossa que essa possibilidade é praticamente nula – até porque os paraguaios, se passarem pela Fúria espanhola, ainda terão Argentina ou Alemanha. Então, vamos esperar que aconteça o óbvio, que venha a Argentina ou a Alemanha. Ocorre que já faturamos o Penta em cima da Alemanha, em 2002. Pensando bem, não vai ter tanta graça assim. Tudo isso para dizer o seguinte: a gente quer mesmo é a Argentina do Maradona na decisão do Mundial da África do Sul – até para retribuir ao Maradona, que tem nos presenteado com suas quixotices e, de quebra, deixou momentaneamente de se comparar ao Pelé para se comparar ao Dunga.

Restará, então, a última e épica missão brasileira no país das vuvuzelas: ganhar o Hexa em cima dos argentinos. Pode ser com gol impedido, gol contra, gol de mão – será até mais gosto. Mas nossa missão maior mesmo é impedir que Maradona nos brinde com a cena dos infernos – o homem prometeu desfilar pelado se for campeão, e louco nós sabemos que ele é, além de não ter um pingo de bom senso.

Enquanto esse dia não chega, deixo a pergunta aos leitores do BOM DIA. Quem foi o melhor jogador do mundo: Maradona ou Biro Biro?

quinta-feira, junho 24, 2010

SÃO OS DEUSES JORNALISTAS?
(Minha coluna de 24/6/2010 no jornal BOM DIA Rio Preto)

As caneladas que Dunga tem trocado com a imprensa nesta Copa levantam uma discussão tão velha quanto controversa. Até que ponto ele, ocupante de um cargo de tamanha relevância, confiança e responsabilidade, pode agir feito unha de cavalo no trato com os jornalistas? Até que ponto isso influencia no cotidiano dele com seus subordinados e, ao mesmo tempo, na relação dele com seu superior hierárquico, no caso o poderoso chefão Ricardo Teixeira? Que influência isso pode exercer nesse negócio milionário que é a Seleção Brasileira, ainda mais numa Copa? Qual o tamanho do prejuízo?

O velho ditado nos ensina: quem fala o que quer, normalmente ouve o que não quer, e não estamos aqui nos referindo necessariamente à desinteligência entre Dunga e o repórter global. Afinal, parece não ser de hoje o desconforto de um segmento da “grande imprensa” em razão do nosso treinador brucutu não permitir privilégios – ele trata mal a todos, ou trata bem quando está de bom humor; e ele quase nunca está de bom humor. O Dunga é um chato ao quadrado, mas não age ao sabor do logotipo de microfones que colocam na sua boca, e isso é particularmente prazeroso.

Muito interessante também é observar que a CBF resistiu bravamente a toda força de oposição desde o dia em que anunciou a ida de Dunga para a Seleção. Ricardo Teixeira pode ser acusado de muita coisa, mas não de covarde, muito menos de ingrato, com Dunga. O chefe de Dunga parece ter colocado o interesse pelo conteúdo futebolístico da Seleção acima de outros interesses nesse emaranhado e milionário negócio. E Dunga mostrou resultados, não permaneceu na Seleção de favor, mas por seus próprios números, conquistados do seu jeito, com seu estilo. E sem nunca ter sido técnico de nada, praticamente um santo de casa – que até já fez alguns milagres e agora tenta o milagre maior.

O patrão de Dunga tem tido a inteligência de saber e de considerar que o comando é vertical. Se houvesse uma pesquisa de clima em todo o ambiente que cerca a Seleção – incluindo-se aí os repórteres – é possível que Dunga fosse reprovado. E se a CBF não levasse em conta que o comando é vertical, teria aproveitado tal pesquisa, muito usada (e nem sempre aplicada com inteligência) dentro das empresas: teria rifado Dunga lá atrás, covardemente, sem levar em conta que a posição de comando requer mãos firmes e, muitas vezes, medidas impopulares.

De forma alguma se pretende aqui defender as grosserias do treinador. Respeito cabe em qualquer lugar, é óbvio. Mas como não procurar pelo menos entender Dunga quando ele xinga um repórter se todos os dias estamos vendo tanto repórter chamá-lo de tudo, inclusive de burro, que é a definição mais amena que se costuma utilizar?

É verdade que, às vezes, Dunga acredita que é Deus. Não é menos verdade, porém, que muitos jornalistas têm certeza que são deuses.

quinta-feira, junho 17, 2010

FUTEBOL E FILOSOFIA DE BOTEQUIM
(Minha coluna no BOM DIA Rio Preto em 17/6/2010)

Os monges de Dunga cumpriram direitinho o script. O time jogou um futebol nanico e fez para o gasto no esquelético placar de 2 a 1 diante da poderosa Coreia do Norte. Esconderam tanto o jogo nos treinos secretos que não conseguiram encontrá-lo depois. A equipe brasileira foi, enfim, mais Dunga do que nunca, com economia de habilidade, apenas relances de lucidez e um golaço que caiu do céu, naquele chute do Maicon, sem ângulo. Ele mesmo confessou: já estava “sem perna”, fez o gol meio sem querer, numa jogada que o antigo técnico flamenguista Cláudio Coutinho – que dirigiu o Brasil na Copa de 1978 – chamava de overlaping: quando o lateral inverte posição com o ponta ou o meia e recebe na cara do gol. Uma jogada explorada por qualquer treinador medíocre.

O jeito Dunga de jogar frustra, mas não surpreende. E o bom é que, bem ou mal, cumpriu com sua obrigação “goleando” o time de robôs da Coreia, que chamou atenção muito mais pelo choro convulsivo do seu atacante do que pelo futebol. Em noventa e poucos minutos, o rapaz chorou mais do que a Alinne Moraes em toda a novela “Viver a Vida”. E olha que os coreanos ainda conseguiram a incrível façanha de fazer um gol no Brasil quando até o Dunga estava ficando mais corajoso nas substituições. Aliás, em poucos minutos no final da partida, Nilmar fez mais que Luís Fabiano, o “fabuloso”. Ao final da partida, o goleirão Júlio César chegou a uma fantástica conclusão e repetiu a filosofia de boteco: não tem mais bobo no futebol.

E por falar em boteco, filosofia e futebol, me vem à memória um inusitado encontro que tive com Sócrates, o Brasileiro, ídolo corintiano e craque da maravilhosa e perdedora Seleção da Copa de 1982, na Espanha. Assim como agora, em que se fala muito na convocação de Dunga (que não gosta de jogador que bebe, mas faz propaganda de cerveja), desde aquela época se questionava muito essa relação atleta-cachaça. Não é segredo para quase ninguém que Sócrates nunca economizou na velha e boa cervejinha gelada, e nunca fez questão de esconder isso. Em campo, ele se garantia. Tanto que foi chamado duas vezes para a Seleção (82 e 86) por ninguém menos que o rigoroso Telê Santana, o mestre dos técnicos. Telê era disciplinador, mas não era bobo.

Tempos depois da Copa de 1986, que o Brasil de Telê também perdeu, no México, entrevistei Sócrates em Rio Preto. Ele veio para um simpósio promovido pelo fisioterapeuta Ademir Rodrigues. Eu e o fotógrafo Eduardo Secco fomos nos encontrar com Sócrates numa sexta-feira, de madrugada, no hotel, em meio a outros convidados. O craque nos recebeu muito à vontade, naturalmente cercado de latinhas de cerveja oferecidas pelo anfitrião. Enquanto bebia, Sócrates não estava nem aí para as fotos feitas pelo Secco, já também meio embriagado.

Depois de tomar um “balde” junto com ele e de fazer as perguntas “imprescindíveis”, deixei para o final aquela pergunta que não poderia faltar:

-- Sócrates, até que ponto você se sente incomodado com essa fama de jogador bebedor de cerveja?

Virou mais uma latinha na boca, deu outra golada pra lá de apetitosa e respondeu, sossegado e gozador:

-- Isso nunca me incomodou, só me ajudou. Já ganhei foi muita caixa de cerveja por causa disso!

segunda-feira, junho 14, 2010

MINHA ENTREVISTA COM O REI PELÉ

Bom, se a Globo pode reprisar à exaustão aqueles filmes batidos na Sessão da Tarde, acho que posso também reprisar o texto abaixo. Até porque estamos em plena Copa da África do Sul.

Da série "Vale a pena ver de novo", a entrevista concedida pelo Rei Pelé a Milton Rodrigues, publicada no meu livro "Avenida da Saudade - o América de Rio Preto na Era Pelé", e no Diário da Região do dia 10/10/2004 (só podia ser dia 10 do 10 uma entrevista com o 10 mais famoso do mundo):

Milton Rodrigues - Em qual estádio do Interior era mais difícil jogar?
Pelé - Jogar no interior sempre foi muito difícil, mesmo na melhor fase do Santos Futebol Clube. Principalmente Araraquara e Rio Preto.

Milton - Qual o time do Interior era mais difícil de ser batido?
Pelé - Sem dúvida nenhuma a Ferroviária de Araraquara era a pedra na chuteira do Santos Futebol Clube. Era difícil também com o América de Rio Preto, mas todos os times do interior, quando se defrontavam com o Santos, queriam ganhar. Davam muito trabalho.

Milton - Houve algum lance ou gol marcante em jogos com o América?
Pelé - Contra o América, sempre era um jogo espetacular, principalmente em Rio Preto.

Milton - É verdade que o lateral Ambrózio, do América, foi um dos seus marcadores mais leais entre os times do Interior?
Pelé - Ambrózio era um grande jogador, jogava duro, mas leal, sempre na bola.

Milton - Você se lembra do jogo de 1973 em Rio Preto, em que houve um incêndio e você acenou para a torcida junto com o Clodoaldo, pedindo calma (foi a última vez que você jogou em Rio Preto).
Pelé - Foi muito triste ter me despedido de Rio Preto com aquelas cenas de desespero na torcida. O acidente poderia ter sido bem mais grave, mas Deus ajudou.

Milton - E o jogo de 1969 em Rio Preto, em que você tomou vacina no estádio, para incentivar uma campanha de vacinação?
Pelé - Nós sempre apoiávamos as campanhas de vacinação do governo. Tomávamos as vacinas para dar exemplo.

Milton - O que você acha dos comentários de que a Lei Pelé está “acabando” com o futebol do Interior?
Pelé - Eu tenho esclarecido isso, em todas as minhas entrevistas. O que está acabando com o futebol brasileiro é a má administração dos nossos dirigentes. Pergunto: onde foi parar o dinheiro que entrou para o Vasco da Gama? e o dinheiro que entrou no Flamengo? e o dinheiro que entrou no Corinthians? e o dinheiro que entrou no Grêmio?, etc, etc. Isso é culpa da Lei Pelé?

Milton - O que os clubes do Interior deveriam fazer para superar a eterna crise financeira?
Pelé - É só administrar profissionalmente os seus clubes.

Milton - Por que você nunca quis ser presidente do Santos FC?
Pelé - Nunca tive a pretensão de ser dirigente de futebol. Eu gosto de trabalhar com a base, com as crianças. Essa vai ser minha aposentadoria.

Milton - Você acha que o Santos deveria aposentar a camisa 10, tanto tempo depois que você parou?
Pelé - Não temos esse costume aqui no Brasil, isso só acontece nos Estados Unidos.

Milton - Você acha possível algum jogador igualar suas marcas ou como você costuma dizer, o seu Dondinho e a dona Celeste jogaram a forma fora?
Pelé - Pode existir um igual ou melhor que o Pelé, mas outro Pelé não haverá jamais.

Milton - Até onde o Ronaldo pode chegar na Seleção? Você acha que ele pode superá-lo?
Pelé - Sem comparar, Ronaldo já é uma realidade. Aliás, os dois Ronaldos (o Fenômeno e o Gaúcho) são uma realidade.

Milton - Mais alguma consideração, Pelé?
Pelé - Foi um prazer ter respondido suas perguntas e receba um abraço de minha parte.

sábado, junho 12, 2010

O MOSTEIRO DE DUNGA

Minha coluna no jornal BOM DIA

Nosso comandante Dunga alegou a necessidade de colocar a razão acima da emoção ao convocar os 23 jogadores que terão o desafio de conquistar o Hexa pela Seleção Brasileira no Mundial da África do Sul. Os fora-de-série Adriano, Ganso e Neymar fora? “Ah, não”, repetiu-se a sinfonia do Oiapoque ao Chuí. Os “mortais” Grafite, Ramires, Josué, entre outros, dentro? “Ah, não”, de novo. Impossível agradar a todos, obviamente, e temos enfim o grupo de “ah nãos” – ah, sim, a torcida concorda com Dunga em grande parte dos convocados.

Do alto de sua fama de durão, disciplinador e moralista de primeira hora, o treinador se permitiu admitir que contrariou seu coração ao deixar Adriano fora da lista. Definitivamente, a vida tumultuada do Imperador não combinava e não combina com aquela seleção de monges liderados pelo prodigioso Kaká. A propósito, naquele jogo contra o sensacional e revolucionário time da Tanzânia o contestado Ramires já mostrou um pouco do que pode ser capaz de fazer de bom agora na terra de Mandela.

O próprio treinador, que nunca havia treinado ninguém e nunca foi o comandante dos sonhos de todos os brasileiros, tem resultados para mostrar. Os números de Dunga impõem respeito. Ao mesmo tempo, ele assume uma responsabilidade sem precedentes ao fechar com seus atletas sacrossantos, desprovidos de toda e qualquer tentação carnal, como convém em um ambiente de monastério. Consciente e acostumado com as cobranças que ele não faz questão de assimilar, o técnico até já disse estar conformado ao ler e ouvir que essa não é a seleção do Brasil, mas a seleção do Dunga.

O treinador da Seleção Brasileira – que já foi campeão mundial como atleta – faz coro ao pensamento de outro comandante contestado, e igualmente campeão do mundo junto com Dunga na Copa de 1994. Absolutamente por acaso, em 1991, fui o primeiro repórter do Brasil a falar com ele, Carlos Alberto Parreira, tão logo a CBF o escolheu para substituir Paulo Roberto Falcão. Parreira viajava de ônibus com o seu Bragantino, de Bragança para Rio Preto, onde enfrentaria o América no Paulistão.

A contragosto, Parreira me sinalizou que, a partir dali, ele seria “o cara” da Seleção. Minutos depois, teve de tocar no mesmo assunto com dezenas de outros repórteres. E raciocinava que o Brasil, com organização administrativa e jogadores de juízo, poderia ser um Dream Team, tal qual a seleção de basquete norte-americana. Era para ter não só cinco, mas dez títulos mundiais. Se bem que Parreira foi campeão com Romário, cujo pescoço nunca teve vocação para ornamentar cangalha.

Enfim, nosso treinador de plantão parece apostar primeiro no homem, depois no atleta. Se puder ter os dois na mesma pessoa, como se espera de Kaká, tanto melhor. Se um ou outro, como Robinho, for mais moleque do que homem, estará perdoado junto com Dunga desde que apronte aquelas molecagens e ajude o Brasil a encontrar o caminho mais curto em direção ao gol e à taça. Seremos, então, capazes de engolir não só o Dunga, mas até o extraordinário Doni, reserva do reserva do Julio César.

Ah, sim: esse Dunga que não convoca jogador pingaiada é o mesmo que você tem visto e ainda vai ver muito na televisão durante a Copa naquela vibrante propaganda de cerveja.

Coluna publicada no caderno Copa do Mundo do jornal BOM DIA em 10/6/2010. Esta coluna é publicada uma vez por semana, às quintas-feiras.

quinta-feira, maio 27, 2010

CHAPEUZINHO VERMELHO NAS MANCHETES

Veja como seria se a história da Chapeuzinho Vermelho fosse contada por órgãos da nossa imprensa:

JORNAL NACIONAL:
(William Bonner):
- Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo na noite de ontem...

(Fátima Bernardes):
... Mas a atuação de um caçador evitou uma tragédia.

PROGRAMA DA HEBE:
- Que gracinha, gente.
- Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo?

SUPERPOP:
(Luciana Gimenez):
- Gente, incrível!
- Vocês viram a história da menina que foi retirada da barriga de um pombo? Incrível, eu não consigo acreditar...

CIDADE ALERTA:
(Datena):
- Onde é que a gente vai parar? - Cadê as autoridades? Cadê as autoridades?
A menina ia para a casa da avozinha a pé!
Ou seja, não tem transporte público! - Não tem transporte público!
E foi devorada viva.... Um lobo, um lobo safado. Põe na tela! Porque eu falo mesmo, não tenho medo de lobo, não tenho medo de lobo não.

GLOBO REPÓRTER:
(Na primeira sexta-feira logo após o acontecido)
(Sérgio Chapelin):
- A natureza feroz. Uma batalha selvagem. Os animais que atacam pessoas. Será possível domar estas criaturas? Nesta edição do Globo Repórter você vai conhecer os animais que se alimentam de carne humana. E mais: como evitar os seus ataques; que atitude tomar se você estiver cercado por feras; e a incrível história da garota salva da barriga de um lobo por um lenhador...

REVISTA VEJA:
Lula sabia das intenções do lobo.

REVISTA CLÁUDIA:
Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no caminho.

REVISTA MEN´S HEALTH:
Vinte exercícios para ter um bíceps de lenhador! 10 dias para perder a barriga!

REVISTA NOVA:
Dez maneiras de levar um lobo à loucura na cama.

FOLHA DE S. PAULO:
Legenda da foto: Chapeuzinho, à direita, aperta a mão de seu salvador.
Na matéria, box com um zoólogo explicando os hábitos alimentares dos lobos e um imenso infográfico mostrando como Chapeuzinho foi devorada e depois salva pelo lenhador.

O ESTADO DE S. PAULO:
Lobo que devorou Chapeuzinho seria filiado ao PT.

O GLOBO:
Petrobrás apóia ONG do lenhador ligado ao PT que matou um lobo pra salvar menor de idade carente.

ZERO HORA:
Avó de Chapeuzinho nasceu no RS...

AQUI:
Sangue e tragédia na casa da vovó.

REVISTA CARAS:
(Ensaio fotográfico com Chapeuzinho na semana seguinte)
Na banheira de hidromassagem, Chapeuzinho fala a CARAS:
- Até ser devorada, eu não dava valor para muitas coisas da vida. Hoje sou outra pessoa.

PLAYBOY:
(Ensaio fotográfico no mês seguinte)
Veja o que só o lobo viu..

REVISTA ISTO É:
Gravações revelam que lobo foi assessor de político influente.

REVISTA ÉPOCA:
Herói nacional - a história do lenhador que salvou uma menina da barriga de um lobo raivoso.

REVISTA CAROS AMIGOS:
Entrevista "bombástica": Lobos estão sendo vítimas de preconceito em todo o país.

REVISTA CONTIGO:
Chapeuzinho pode ser estrela da Globo em próxima novela das 6.

G MAGAZINE:
(Ensaio fotográfico com lenhador)
Lenhador mostra o machado.

SUPER INTERESSANTE:
Lobo mau! Mito ou verdade?

DISCOVERY CHANNEL:
Vamos determinar se é possível uma pessoa ser engolida viva e sobreviver.

ROLLING STONE:
Lobo Mau - A ascensão e a queda do cão pop.

Obs.: e-mail recebido e repassado pelo amigo e parceiro Lelé Arantes.

quarta-feira, maio 26, 2010

DESTAQUES DOS JORNAIS DE QUARTA

Jornal é cultura? No post abaixo, o leitor Vinicius faz um questionamento pertinente: jornal é mesmo cultura diante de tantos erros publicados, inclusive gramaticais? Vinicius, jornal bom é cultura. Jornal ruim é "curtura". A discussão, enfim, é bastante válida. Obrigado ao Vinicius pelas observações. Este é um dos intuitos da publicação das capas de jornais. Estimular debates interessantes. Isso, por si só, já é uma questão de ativismo cultural.

terça-feira, maio 25, 2010

NOS JORNAIS DESTA TERÇA

Jornal é cultura. Leia jornais. Capas disponibilizadas pelos próprios jornais no portal Newseum nesta terça 25/5/2010. Vídeo de ativismo cultural.

segunda-feira, maio 24, 2010

JORNAIS DE SEGUNDA-FEIRA

Capas dos principais jornais do Brasil que circulam nesta segunda-feira. Fonte: Newseum e sites.

sexta-feira, abril 16, 2010

THS EDITORA CONTRATA
THS Editora contrata vendedores de livros porta a porta (livro "São José do Rio Preto Ano a Ano"). Possibilidade de ganhos de até R$ 2.500,00 mensais. Tratar no fone 3222.5666 ou enviar currículos para contato@thseditora.com
No vídeo acima, capas de alguns dos quase 200 livros publicados pela THS nos últimos anos. E vem aí mais um: "Sentimento Caipira", de Jocelino Soares, com suas crônicas caboclas publicadas aos domingos no Diário da Região.

segunda-feira, abril 12, 2010

RIO PRETO NO MATO
O matagal toma conta do Parque Setorial, especialmente no setor daquele vasto terreno vago. Domingo, tinha até caixa de marimbondo perto da pista de cooper e teve uma criança que levou ferroadas. Nas obras das avenidas, em ritmo tartatuga, os operários trabalharam o tempo todo de chinelo de dedo, mexendo com enxada. As intermináveis interdições deixam o trânsito mais caótico do que já estava. Sobre a saúde, nem vou falar. O Fabricio (blog, veja nota abaixo), já falou tudo.
Adendo: sim, o garoto que levou as ferroadas é meu filho (peço desculpas aos eventuais leitores pelo "corporativismo"). Nada grave, graças a Deus. E que Deus nos livre da dengue. Amém.

segunda-feira, abril 05, 2010

OS GOLS DO TIMÃO EM RIO PRETO
Veja aqui

Ronaldo é o quarto eleito "melhor do mundo" a jogar no Teixeirão. Os outros foram Romário (pelo Vasco), Rivaldo (pelo Palmeiras) e Kaká (pelo São Paulo). Pelé não conta, claro. E ele jogou no estádio velho, demolido.

terça-feira, março 16, 2010

TODOS NO ESCURO
A Hora do Planeta, manifestação mundial contra o aquecimento global promovida pela organização não-governamental World Wildlife Fund – WWF (Fundo Mundial para a Vida Selvagem, em tradução livre)acontece no dia 27 de março, às 20h30 (hora de Brasília). Por uma hora, as luzes devem ser apagadas. O gesto é uma forma de promover a reflexão sobre o consumo de energia no mundo. O Cristo Redentor e o Bondinho (Rio), e a Ponte Estaiada (SP) estão entre os momumentos que ficarão às escuras. Leia mais aqui.

segunda-feira, março 01, 2010

O FUTEBOL ÀS 22H

A Câmara de SP aprovou, o prefeito Kassab vetou e a lei volta agora para a Câmara, proibindo jogos às 22h na Capital. O início nesse horário é uma imposição contratual da televisão em cima dos clubes, com as bênçãos das federações.

Está aí uma ideia a ser adotada pelos nobres vereadores de Rio Preto, que andam tão sem criatividade que até CDs de leis prontas agora deram de comprar. (veja matéria do Alexandre Gama aqui).

Um projeto desse na Câmara de Rio Preto, proibindo jogos em Rio Preto às 22h, seria muito bem-vindo. Ah, mas América e Rio Preto não jogam tão tarde, porque seus jogos não chamam a atenção da televisão. Sim, mas é sensato prevenir - e um dia eles voltam para a Primeira Divisão (?). Além do mais, está aí o estádio Teixeirão, sempre um candidato a receber os grandes jogos da televisão.

sexta-feira, fevereiro 26, 2010

DOM ORANI E A DESTRUIÇÃO DO CRISTO
Ex-bispo de Rio Preto e atual arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani quer retratação da Columbia Pictures pela utilização da imagem abaixo no filme "2012". Veja matéria do Julio Garcia aqui

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

AO SOM DO MAR E À LUZ DO CÉU PROFUNDO

Uma semana de férias a bordo do navio Soberano (mas poderia ser qualquer outro) é uma experiência marcante. O navio tem de tudo, e não é de tudo um pouco, é de tudo um muito. Comida 24h por dia, bebida de todos os tipos e nacionalidades a qualquer hora do dia ou da noite e em qualquer lugar do navio. Shows e mais shows, de todos os estilos, para você escolher - nacionais, internacionais, mágicas do ilusionista Dimy (veja depois em www.dimy.com.br), cover dos Beatles, MPB, até sertanejo.

O animador Alexandre Sadan (um dos diretores) é figura -- sempre após os shows, ele aparece para imitar de tudo: bailarina (Ana Pregafogo), Ney Matogrosso e outros bichos. O destaque dos espetáculos, no entanto, foi mesmo o musical só com temas de filmes, interpretados pela fantástica orquestra "Sobre as Ondas" e encenações da cia Bailamaris (uma das cenas - Summer Nights, do filme Grease, nos Tempos da Brilhantina - divino).

Das 7h às 11h, café da manhã - ou melhor, o verdadeiro breackfast. Depois, para os apetitosos, emenda almoço self service até as 18h. Aí vem o jantar num restaurante sofisticado, mas muito funcional, inclusive com mesa cativa -- todas as noites, a mesa é a mesma, o garçom é o mesmo, o auxiliar é o mesmo. Se você não for, a mesa fica vazia, ninguém usa.

Se você não quiser nada disso, tem porção de tudo que é carne e até pizza até altas horas da noite no deck das piscinas, onde a cerveja é servida sem dó. O garçom enfia a mão no freezer e despeja no seu copo. Se você pedir pra encher cinco copos de uma vez para levar pra alguma mesa, ele enche e não quer nem saber se é só pra você ou se você vai levar para algum colega de mesa. Seu únicio problema é conseguir carregar.

Prefere uísque? É só escolher a nacionalidade. Vinho? Branco, tinto ou rosê? Os garçons são de vários países -- de cada 3, um é estrangeiro. O meu garçom "particular" do jantar é do Panamá, Adrian De La Rosa, gente boa.

Tem uma espécie de teatro chamado Salão Broadway que é um show. Só esse salão é do tamanhho de uma sala de cinema como aquelas dos shoppings de Rio Preto. É lá que acontecem os grandes shows. Não perdi uma noite. Tudo "grátis" (claro, paguei no pacote -- mas não se assuste, a CVC faz em várias e suaves prestações mensais).

Na área externa, tem quadra de tênis, pista de cooper, tênis de mesa, escalada.

Ah, tanto nos shows quanto nos bares (sim, tem barzinho espalhado pelos decks), além das músicas ao vivo e do piano-bar, a bebida também sai na "moleza". Mas você não precisa ir no balcão não. É só olhar pro lado e tem alguém esperando você levantar o dedinho, escolher e mandar trazer na sua poltrona. O melhor bar chama-se Rendez Vous, muito classudo - teve uma noite de MPB e pop-rock que foi coisa de louco.

Mais - tem um clubinho de crianças que é demais. Eles pegam seu filho cedinho e só devolvem à noite, ou na hora que você quiser. Tem uma equipe de animação que cuida das crianças o tempo todo, anda com elas pelo navio inteirinho e treina para o show de talentos que acontece no último dia no salão Broadway.

Só não gostei da piscina de água salgada, mas é uma questão de gosto. Do lado, tem as jacuzzis. É ali na área das piscinas que acontecem as brincadeiras mais bizarras, como campeonato de barrigadas - os velhos barrigudos se esbaldam, os concursos miss Rainha do Deserto, miss 3a. Idade e por aí vai.

Ah, tem um belo lounge também, no topo do navio com visão de quase 360 graus.

E os passeios externos - Rio, Salvador e Búzios, aconselho fazer por conta, porque eles vendem isso muito caro lá dentro do navio. A gente sai por conta e aí gasta no que bem entender lá fora.

O passageiro sai e entra sem burocracia do navio para ir às cidades, só usando um cartão eletrônico(o mesmo que funciona como chave do apartamento-cabine e como cartão de crédito para o caso de você querer comprar nas lojinhas do navio).

Como lá fora do navio (nos passeios pelas cidades) a gente gasta, claro, o negócio é andar pouco e voltar pro navio para desfrutar de tudo "grátis", como sempre. Mas aí é uma questão de bolso, cada um sabe o quanto tem dentro e o quando quer gastar.

O Soberano tem capacidade para 2.800 passageiros, mais os 800 tripulantes. O comandande Albuquerque é de Portugal. Numa das noites, valeu demais a palestra que ele fez sobre como se administra o navio, na verdade uma pequena grande cidade flutuante.

Saí de lá com uma certeza: vale replay.

quarta-feira, janeiro 13, 2010

THS EDITORA DE SEDE NOVA
Rua Delegado Pinto de Toledo, 842 - Boa Vista. Em breve nesse local, o Espaço Cultural THS.